Companhia das Letras e Objetiva se unem

ciaobjetivaOntem, dia 19 de março, o mercado editorial brasileiro foi pego de surpresa com a notícia de que a Penguin Random House, que detém 45% da editora Companhia das Letras, adquiriu os selos de interesse geral do grupo Santillana na Espanha, em Portugal, nos países de língua espanhola do continente americano e no Brasil.

Para nós, brasileiros, isso significa que a editora Objetiva – e todos os seus selos: Alfaguara, Suma de Letras, Fontanar, Ponto de Leitura e Foglio – agora faz parte da Penguin Random House.

Os leitores apaixonados por literatura devem estar comemorando. É, afinal, uma excelente notícia para nós, leitores. Companhia das Letras e Objetiva são duas das editoras mais queridas do país, então que bacana que agora elas estão juntas. Porém, a situação não é tão simples assim.

O mercado editorial está ficando cada vez mais concentrado, com grandes editoras ou grandes grupos adquirindo os pequenos ou fundindo-se entre si. A própria Penguin Random House nasceu de uma negociação entre o gigante de mídia alemão Berteslmann e a Pearson, multinacional britânica do ramo editorial. Anos atrás, o grupo Santillana havia comprado a Objetiva, recentemente a Leya, de Portugal, chegou ao Brasil e há pouco tempo comprou metade da carioca Casa da Palavra, e nos últimos anos editoras brasileiras como Rocco e Record foram assediadas por conglomerados de outros países – apenas para citar alguns casos.

Isso, para quem negocia com esses grupos – principalmente livrarias e distribuidoras -, pode não ser tão bom.

(Agora estamos falando de pequenas e médias empresas, não de grandes redes de livrarias, e num panorama mais geral, não apenas sobre a união entre Companhia das Letras e Objetiva.)

A situação é mais ou menos a seguinte: quanto maior a editora, menos ela depende dos pequenos e médios pontos de vendas. Não são todos os editores que pensam dessa forma, mas caso os grandes grupos tenham essa opinião, isso pode causar perdas sensíveis para livrarias e distribuidoras de pequeno e médio porte, caso estes últimos passem a ser “ignorados”.

Espera-se, é claro, que isso não aconteça no Brasil. Mas é bom ficar alerta.

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