James Salter (1925-2015)

Salter[1]Morreu, na última sexta-feira, dia 19, o escritor norte-americano James Salter.

Pouco conhecido no Brasil, Salter é considerado um dos grandes autores americanos do século passado.

Nos últimos vinte anos, cinco livros do autor foram publicados por aqui: “Um esporte e um passatempo” (Imago, romance, fora de catálogo), “Dias intensos” (Imago, memórias, fora de catálogo), “Última noite e outros contos” (Companhia das Letras), “Viver é comer” (Tinta Negra, gastronomia, com Kay Salter) e “Tudo que é” (Companhia das Letras, romance).

Desses, li um pouco de “Última noite…”, mas não consegui me empolgar com o livro e me desfiz dele. Isso não significa que tenha desistido de ler o autor, e pretendo dar uma chance, quando puder, a “Tudo que é”, publicado este mês no Brasil.

Isso porque, em 2013, li o belíssimo perfil de Salter feito pela jornalista Rachel Cooke, do Observer, que foi traduzido e reproduzido na Folha de São Paulo, e fiquei encantado com sua história e sua simplicidade.

Sobre “Tudo que é”, lançado naquela época nos Estados Unidos, a jornalista diz: “O tratamento do tempo, a elíptica sabedoria da escrita e as ocasionais e doloridas crueldades são magistrais; cada parágrafo do livro é discreta e cuidadosamente bom. E na página, além disso, todos podemos ser jovens. O romance é incomumente vigoroso. Muito sentimento. Muito sexo. Quem comprar o livro sem conhecer coisa alguma sobre Salter talvez imagine que o autor seja jovem – um sujeito de cabelo escuro, quem sabe uma jaqueta de couro”.

A obra-prima do autor, entretanto, ainda não foi publicada no Brasil: “Light years”, romance que a jornalista cobre de elogios: “é decerto um livro extraordinário – devorador, como ‘O Grande Gatsby’; pungente, como ‘Foi Apenas um Sonho: Rua da Revolução’, ágil, como ‘Coelho Corre'”. Dos três citados, li os dois primeiros, e são obras absurdamente espetaculares, dois clássicos da literatura norte-americana. Se “Light years” está no mesmo nível delas, é um erro clamoroso nenhuma editora tê-lo publicado por aqui.

* Trecho (em PDF) de “Tudo que é”, no site da Companhia das Letras.

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