Fahrenheit 451, o filme (2018)

Acabo de assistir à nova versão do “Fahrenheit 451”, produzida pela HBO, com Michael Shannon e Michael B. Jordan como protagonistas de mais uma adaptação do clássico romance de Ray Bradbury. A primeira versão para o cinema do livro é de 1966, de François Truffaut, a qual ainda não assisti (farei isso em breve).

A mensagem de “Fahrenheit 451” é muito preocupante e sombria. Para quem não conhece a história, aí vai um resumo: ela se passa num futuro em que livros são queimados e donos de livros são perseguidos. A busca pelo conhecimento, a inquietação que a literatura proporciona, tudo isso é combatido por “bombeiros” que, em vez de apagar, causam incêndios.

Mas um desses “bombeiros”, Guy Montag (Michael B. Jordan), começa a questionar o seu trabalho, e é a partir disso que a história tem a sua virada.

Após a última cena, que, apesar de tudo o que veio antes, é esperançosa, fiquei parado, em silêncio, por vários segundos. Talvez porque os paralelos traçados com a nossa realidade – a sociedade do filme é alienada pelo sensacionalismo, vidrada nas redes sociais e tem como bordão “vamos queimar pela América de novo”, uma paráfrase do “Make America Great Again” de Donald Trump – sejam familiares e assustadores demais.

O filme em si deixa um pouco a desejar. Fiquei com a impressão de que faltou um pouco mais de coesão no roteiro. Mas fica a dúvida: teria sido um problema de texto ou de edição/montagem? Em todo caso, o filme cumpre seu objetivo, que é passar uma mensagem, ainda que ela seja mais assustadora que esperançosa.

Sobre ele, o jornalista Sérgio Augusto escreveu um texto irrepreensível, recheado de referências literárias e culturais, que você pode ler clicando aqui.

Ah, e se ficou alguma dúvida sobre se vale a pena assistir a essa nova versão ou não: vale, sim.

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