Dicas para conseguir um emprego

EmpregoAZA primeira impressão, segundo aquele adágio, é a que fica. E, para desfazer uma primeira impressão ruim, leva-se muito tempo, dizem os gurus do ramo de recursos humanos.

Dito isso, aí vai uma historinha, depois outra e, finalmente – imagino eu, mas durante o desenvolver deste texto as coisas podem sair diferentes -, as tais dicas que o título acima promete.

Dias atrás uma garota perguntou se a livraria estava aceitando currículos. Ela estava bem vestida (blusa arrumadinha, calça jeans e tênis), e com ela estava uma outra garota, não tão bem vestida (blusa um tanto desarrumada, jeans e sandália tipo Havaianas), comendo batata frita Ruffles. Como sempre, minha resposta é a seguinte: “no momento, não, mas pode ser que precisemos de alguém em breve”. Esse é o primeiro teste e também a primeira dica (não falei que as coisas poderiam sair diferentes?): mesmo não havendo vagas na empresa em que você deseja ou arrisca trabalhar, deixe seu currículo.

Pensei que quem estava procurando emprego era a garota que fez a pergunta. Mas não. Ao fim de minha resposta, ela se dirige à amiga e pergunta: “vai querer deixar aqui?”. Como estava com a boca cheia, ela apenas fez que “sim” com a cabeça, entregou o saco de Ruffles para a amiga, tirou um currículo do classificador e me entregou.

(Lembro agora que, alguns dias antes, um rapaz trajando camisa, bermuda e sandália também deixou um currículo conosco.)

E aí vem a segunda dica: quando for entregar pessoalmente um currículo, vista-se bem – ou, pelo menos, tente. Não precisa vestir-se com roupas “sociais”, o chamado esporte fino. Mas vista uma blusa apresentável, utilize uma calça jeans – ou uma saia não curta, no caso das mulheres -, e calce um tênis ou um sapato – no caso das mulheres pode ser uma sandália mais arrumada.

Como o projeto do texto já saiu dos trilhos, vamos logo à terceira dica, que acabo de lembrar: não peça a alguém para entregar o seu currículo. Entregue-o pessoalmente. Vai que te chamam para uma entrevista ali, na hora? Já vi isso acontecer.

Vamos, agora, para a segunda historinha.

Em 2006, não lembro exatamente em que mês, fui chamado para uma entrevista para uma vaga no Hipercard. Eu tinha me cadastrado no site para uma vaga de atendente e lá fui eu, trajando camisa, calça jeans e tênis All-Star. Minha barba estava por fazer, mas estava bem aparada, de modo que eu estava bastante apresentável. Chegando ao local da entrevista, notei que meus concorrentes estavam todos mais bem vestidos que eu, com trajes “esporte fino”.

Quando o entrevistador apresentou a vaga, percebi que tinham me colocado naquele barco por engano: a vaga era para supervisor. Eu, na época, não tinha condições de ser supervisor de um ponto de atendimento do porte e da complexidade do Hipercard. A propósito, eis a quarta dica: jamais assuma uma posição que você sabe não ter condições de corresponder. Por mais que você consiga enrolar a situação por um bom tempo, quando você cair, a queda vai ser muito, mas muito feia.

Ao saber que a vaga seria para supervisor, pensei em pedir licença e ir embora. Mas, se fizesse isso, não teria a chance de saber como é uma entrevista para supervisor, um cargo que eu logicamente almejava ter, líder que fui de duas equipes no meu emprego anterior, na C&A. Então acabei ficando até o fim, mesmo sabendo que não teria chances.

Enquanto assistia a tudo, uma ideia passou pela minha cabeça. E aí vem a quinta dica: seja, dentro dos limites do bom senso e do ridículo, cara de pau. Ao fim da entrevista, pedi para falar com o entrevistador. E então expliquei que não sabia que a entrevista era para supervisor, que nem tinha ido vestido a caráter, mas que se tivesse alguma vaga para atendente, eu gostaria de concorrer, pois foi para essa vaga que eu tinha enviado o currículo.

Resultado: poucas semanas depois recebi um telefonema avisando que eu tinha sido selecionado para a vaga de atendente, e em dezembro daquele ano comecei a trabalhar no Hiper.

Existem, é claro, muitas outras dicas de como se conseguir um emprego – e, melhor ainda, de como mantê-lo; e, melhor ainda, de como melhorar de posição -, mas essa missão eu deixo para caras gabaritados, como o Max Gehringer e outros. Minha intenção, aqui, era apenas a de compartilhar um pouco da minha experiência e do pouco que tenho visto por aí.

Ah, sim, quase ia esquecendo a sexta dica: nos currículos, coloquem fotos formais em 3×4, por favor. Não coloquem “fotinhos” do Orkut ou do Facebook, isso é terrível.

* O livro de Max Gehringer que ilustra esta postagem não serviu de referência, até porque não o tenho, mas fica a dica (mais uma!).

7 Replies to “Dicas para conseguir um emprego”

  1. Ótimas dicas. Preciosas e simples ao mesmo tempo. Extremamente diretas, objetivas.
    Obrigada por compartilhar suas experiências.

    Atenciosamente,
    Neuza Moreira

    1. Poxa, ontem eu fui entregar um currículo, e eu estava de moletom, além de na hora de entregar, ter sido interrompido pelo receptor. Será que isso vai interferir em me chamarem?

    1. Oi, Jean! Na época acho que ainda era meio praxe colocar foto. Hoje realmente parece que não é tão necessário. Mas, se tiver que colocar, a dica serve: não dá pra colocar uma foto de balada etc. Tem que ser uma foto mais formal. Abraço e boa sorte!

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